sexta-feira, 22 de julho de 2011

O que é o Ser?

Por Antonio Gonçalves
Para responder a essa pergunta, analisaremos como exemplo uma frase bastante simples: “O homem é brasileiro”.
Podemos dizer que muitos homens são brasileiros, mas certamente, nem todos os homens são brasileiros. Logo, o conceito de homem é mais abrangente que o conceito de brasileiro: veja que posso dizer que “O homem é brasileiro” ou então “O brasileiro é homem”, ou também posso dizer “O homem não é brasileiro”, mas não posso dizer que “O brasileiro não é homem”. Podemos ver que o conceito de homem é mais amplo que o conceito de brasileiro, pois embora, todo brasileiro seja homem, nem todo homem é brasileiro. Vejamos isso em uma tabela:

Afirmativas
Negatívas
O homem é brasileiro
O homem não é brasileiro
O brasileiro é homem
X


Veja que dissemos de várias formas que “O homem é e que “O brasileiro é”; todavia, nem o homem, nem o brasileiro não podem não Ser; por isso, o termo mais amplo, mas abrangente é o Ser e por ser mais amplo não pode ser definido, então o que é o Ser.
É essa questão que pretendemos analisar de forma breve. Na verdade, a definição de Ser não pode ser feita, como já vimos, por que não há um conceito mais amplo que o Ser, pelo qual possamos dissecá-lo, pelo qual possamos defini-lo. Logo, o conceito mais próximo do conceito do conceito do Ser é o conceito do Nada.
Visto que, não há um conceito mais vasto que o conceito de Nada. Pois do Ser não se pode ampliar o sentido, não se pode dizer nada. Assim como do Nada não se pode dizer nada; todavia, o conceito de Ser é mais abrangente e dele se pode dizer tudo, mas se se pode dizer tudo, na verdade, se diz nada, pois volta-se ao sentido original de Ser, ou seja, nada se sabe de novo; assim podemos dizer que o Ser é Nada; todavia, se o Ser é Nada, então o Ser é o não-Ser, mas como o Ser pode ser o não-Ser?
Então o Ser é o devir (o Vir-a-Ser), o movimento eterno que está sempre em formação, mas se está sempre em formação, não É e se não É, não pode Ser.
Por isso, o Ser precisa ser Único, Eterno, Infinito, imutável e Imóvel para poder Ser. Ou seja, não pode haver dois seres, pois se existissem dois Ser um seria o Ser e o outro seria o outro Ser e não o Ser, mas o Ser não pode ser o não Ser, isso é irracional, por isso ele precisa ser único. Ele precisa, também, ser Eterno, ora se o ser não pode está em formação, pois se estiver em formação não é o Ser, mas como o Ser, não é o Ser; logo, ele não pode ter sido formado e se não pode ter sido formado então ele éEterno, mas se ele é eterno ele é Infinito, pois como pode ser eterno se tiver fim? Assim, se ele tivesse fim haveria um tempo em que ele não existiria, mais como pode o Ser não existir? Se ele não existe, ele não é, mas o Ser não pode não Ser. Logicamente, se ele é único, Eterno, Infinito e Imutável, pois como ele poderia mudar, se ele mudar, por menor que seja a mudança ele não é mais o Ser puro, mas o Ser não pode não Ser; logo, ele é também Imóvel, pois sendo eterno sua essência não muda e se ele é infinito ele está em toda parte, não há para onde se mover, pois ele está em todo lugar, por isso podemos dizer que o ser puro que abrange todos esses atributos: Único, Eterno, Infinito, Imutável e Imóvel (neste sentido, de não precisar sair de um lugar a outro, pois esta em toda parte) é Deus; logo, podemos dizer que o máximo que a filosofia consegue chegar é reconhecer que precisar de um Ser com esses atributos para que toda a realidade exterior faça sentido, mais eles não conseguem resolver o problema da imobilidade do Ser da filosofia e por isso não conseguem chegar a Deus.


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